Nos idos de 32,
lá no século passado,
ficou tudo engalanado
entre Cristal e Camaquã.
O figurão de um tarrã,
da fralda de algum banhado,
trazendo o dom abençoado
do verso xucro do pampa,
Deus trouxe ao mundo a estampa
do gaúcho Júlio Machado.
Homem de tino apurado
no cabo do improviso
que se acaso for preciso
três dias sem beber água;
a sua ideia deságua,
como veio da vertente,
versos da própria mente
sem cantar dores, nem mágoas.
Depois que empieza a cantar
canta o sol e canta a lua
é boleadeira charrua
que num “vum” corta o espaço
Velho gaúcho, amigaço,
pau-ferro que sustenta...
Quando fizeres oitenta,
eu vou te dar um abraço.
Desculpa encerrar meu verso
sem rematar na outra ponta
é que a emoção tomou conta,
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